quinta-feira, 29 de março de 2012
sexta-feira, 23 de março de 2012
CABO JEOAS LIVRE!
Finalmente acaba o pesadelo para o Cabo Jeoás e para os PMs presos por causa da greve na Bahia. O alvará de soltura chegou e o militar da PM-RN, líder dos cabos e soldados, foi solto e voltou para o lado dos amigos, familiares e irmãos de farda.Nós do CC-Niterói, estamos muito felizes pois estivemos desde o primeiro momento ao lado do cabo. Participamos de dois atos públicos, divulgamos sua carta no blog, facebook, twitter e chegamos a ir visitá-lo pessoalmente no quartel do BOPE, zona norte de Natal.
Jeoás, aproveita tua liberdade e continua na luta em defesa dos direitos dos teus colegas trabalhadores da segurança pública. Nós, da sociedade civil, do movimento sindical, comunitário, feminista, e outros, estamos e estaremos sempre do lado dos lutadores.
Edson Lima
Professor e sindicalista
Jeoás, aproveita tua liberdade e continua na luta em defesa dos direitos dos teus colegas trabalhadores da segurança pública. Nós, da sociedade civil, do movimento sindical, comunitário, feminista, e outros, estamos e estaremos sempre do lado dos lutadores.
Edson Lima
Professor e sindicalista
segunda-feira, 19 de março de 2012
sexta-feira, 16 de março de 2012
NATAL, CIDADE DO SOL, DA CHUVA E DA LAMA
O último grande trabalho de drenagem realizado em Natal, com resultados satisfatórios foi realizado pelo então prefeito José Agripino nos anos de 1980. naquele tempo o problema da Ribeira foi resolvido. De lá pra cá nada mais foi feito a não ser paliativos e o próprio sistema da Ribeira entrou em colapso o que pode ser comprovado pelas inundações da última semana.
Natal é uma cidade com mais ou menos 30% de área saneada. Na zona norte os trabalhos não foram concuídos. A prefeitura construiu galerias no bairro Nossa Sra. da Apresentação, pavimentou ruas e inaugurou festivamente. Duas vezes. A primeira, pelo prefeito Carlos Eduardo. Micarla de Sousa calçou mais uma meia dúzia de ruas e inaugurou o sistema novamente. Só que esqueceram de ligar as galerias na lagoa de captação. Esqueceram também de avisar o povo. Estes, felizes da vida, ligaram seus esgotos domiciliares nas galerias e...
E assim caminhamos para conquistar o título de cidade da lama.
E assim caminhamos para conquistar o título de cidade da lama.
RESUMO DA ÓPERA: Quando choveu, as águas da chuva junto com os esgotos domiciliares voltaram pelos canos das próprias casas e pelas "bocas de lobo". Simplesmente porque não tinham outro lugar pra sair.
Edson Lima
Especialista em Gestão Universitária
terça-feira, 13 de março de 2012
SUBSTITUIÇÃO NO FUTEBOL BRASILEIRO: SAI O SEIS, ENTRA O MEIA DÚZIA
Marín é "coroado" Rei da CBF
Finalmente, o que não tinha mais como deixar de acontecer, aconteceu. Depois de pedir afastamento por questões de saúde, o ex-presidente Ricardo Teixeira, renunciou ao cargo de presidente da CBF. Ricardo teve uma gestão tumultuada que durou vinte e três anos, envolvendo denúncias de enriquecimento ilícito, só para não ir muito longe. Nesse período conseguiu muitos desafetos como Romário que publicou mensagem dura na saída do Ricardão.
Se por um lado ficamos felizes com a saída de Teixeira, por outro lado não há muito o que comemorar. O sucessor de Ricardo já avisou que sua gestão será a continuidade da gestão do Ricardão, provavelmente com tudo que se tem direito. Não é demais lembrar que este cidadão que já foi governador de São Paulo no tempo de Paulo Maluf, ficou conhecido recentemente por ter subtraído (roubado) uma medalha de um jogador do Corinthians, campeão da Taça São Paulo de Futebol Júnior/2012. Nada mal para quem vai suceder RT. Pelo visto acontecerá o que no futebol brasileiro os cronistas costumam dizer: Vamos trocar seis por meia dúzia.
segunda-feira, 12 de março de 2012
FRENTE AMPLA DE ESQUERDA REALIZA MAIS UM SEMINÁRIO NO CHURCHILL
A Frente Ampla de Esquerda formada pelo PSOL, POR, PCB, pelos coletivos de professores da UFRN, de estudantes, Leila Diniz, CSP Conlutas, Intersindical, Oposição Rodoviária, Sintest/RN, CC Niterói e outras organizações realizou no último dia 10/03 o III Seminário Eleitoral no sentido de aprofundar as discussões para a formação de uma chapa prara concorrer as eleições de Natal. A parte desagradável foi a posição do PSTU que ao não ter algumas condições atendidas preferiu sair da frente pelo menos "momentaneamente", como fizeram questão de destacar. Foi eleita uma comissão para trabalhar as propostas para um programa de governo mínimo que será apresentada no próximo seminário. O pré-candidato a prefeito já foi escolhido e é do PSOL por ser o único partido legalizado. Durante esta semana o nome estará sendo divulgado. O Conjunto Niterói esteve representado por uma delegação de seis pessoas, entre elas o ex-presidente do conselho, professor Edson Lima.
quarta-feira, 7 de março de 2012
PREFEITO É DENUNCIADO POR PINTAR PRÉDIOS PÚBLICOS COM SUAS CORES DE CAMPANHA.
No último domingo reportagem do Fantástico tratou sobre mal uso de recursos públicos, por parte de alguns maus administradores públicos no Brasil. Entre casos como o de um prefeito que autorizou a prefeitura, inclusive utilizando funcionários públicos, reformar a casa de uma “amiga”, de outro que construía uma pista de pouso na propriedade de um fazendeiro amigo, de outro que comprou combustível suficiente para dar dez voltas na terra ou ir até a lua, e de outro que comprou bois para a sua fazenda, um, particularmente me chamou a atenção. Trata-se de um prefeito, hoje deputado, não sei se federal ou estadual, que PINTOU TODOS OS PRÉDIOS PÚBLICOS, INCLUSIVE O CEMITÉRIO DA SUA CIDADE, COM AS CORES DA SUA CAMPANHA.
Me chamou a atenção pelo fato de aqui, em Natal, a atual prefeita Micarla de Sousa do Partido Verde, ter pintado toda cidade com as cores do seu partido. A começar pela logomarca da sua administraçao, uniformes escolares, fachadas de prédios, uniformes de funcionários, tudo verde! Será esta a proposta de ambientalismo da nossa prefeita? Porque ninguém até agora atentou para esse detalhe?
Ainda há tempo de se fazer alguma coisa. O Ministério Público poderia se pronunciar, os vereadores de oposição, o movimento #Fora Micarla!. Não podemos deixar que a prefeita zombe da nossa cara fazendo autopromoção com recursos públicos. Deve ser por isso que o IPTU em alguns casos (como no meu) aumentou em até 400%.
Me chamou a atenção pelo fato de aqui, em Natal, a atual prefeita Micarla de Sousa do Partido Verde, ter pintado toda cidade com as cores do seu partido. A começar pela logomarca da sua administraçao, uniformes escolares, fachadas de prédios, uniformes de funcionários, tudo verde! Será esta a proposta de ambientalismo da nossa prefeita? Porque ninguém até agora atentou para esse detalhe?
Ainda há tempo de se fazer alguma coisa. O Ministério Público poderia se pronunciar, os vereadores de oposição, o movimento #Fora Micarla!. Não podemos deixar que a prefeita zombe da nossa cara fazendo autopromoção com recursos públicos. Deve ser por isso que o IPTU em alguns casos (como no meu) aumentou em até 400%.
segunda-feira, 5 de março de 2012
CABO JEOAS DIVULGA CARTA REAFIRMANDO SUA INOCÊNCIA
O Cabo Jeoas Santos, preso no quartel do BOPE, zona norte de Natal, RN, por causa da sua participaçaõ na greve da PM/BA, divulgou em seu blog e em sites de outras organizações sindicais uma carta onde reafirma sua inocência. Entre outros detalhes, Jeoas reclama que o seu advogado sequer está tendo acesso ao processo, não sabe exatamante do que está sendo acusado o que acaba dificultando a sua defesa. O advogado já pensou em processar a juíza por estar dificultando o direito de defesa que é garantido na Constituição Feederal. Veja carta na íntegra.
Carta do Cabo Jeoás: Minha prisão demonstra uma postura de retaliação, insanidade e insensatez.
Acredito que Deus está no controle de todas as coisas e que tudo coopera
para o bem daqueles que o adoram em espírito e em verdade. Agradeço a
Deus e a nosso Senhor Jesus Cristo pela alegria e paz que habitam em nós
e que tem sido a nossa força.
Estou tranquilo e confiante, mas ninguém tem ideia das angústias e das
tribulações que tenho enfrentado corajosamente e, às vezes, de forma
solitária diante de uma prisão injusta, ilegal e sem nenhuma prova que
me incrimine. Meu direito de defesa está sendo cerceado, pois meus
advogados não estão tendo acesso ao processo, impossibilitando, assim,
minha defesa.
Não tenho a intenção de partidarizar essa retaliação, mas tenho a
obrigação de politizar esse debate. Temos, de forma competente e
comprometida, conscientizado e mobilizado a nossa categoria a nível
nacional na luta pela desmilitarização. Questão que tem ganhado força e
apoio da sociedade civil organizada.
Participamos de negociações importantes como mediadores nos conflitos
entre a categoria e governos estaduais e assim conquistamos vitórias
como: a valorização salarial, a reforma nas legislações, o respeito e a
ascensão social, intelectual e financeira. Em alguns estados
conseguimos: a definição de carga horária, planos de carreira, ingresso
com nível superior, aposentadoria aos 25 anos, paridade de direitos e
deveres entre oficiais e praças e entre ativos e inativos e ao término
de 2012 a média salarial nacional do policial militar será maior que R$
2.000.
Em âmbito nacional participamos de debates e articulações estratégicas
como a defesa da desmilitarização na 1º Conferência Nacional de
Segurança Pública. Tema, que por sinal, foi o mais votado nos debates
municipais e estaduais da conferência. Compomos o Conselho Nacional de
Segurança Pública, no qual, já encaminhamos temas como: fim da prisão
administrativa, financiamento da Segurança Pública, estrutura e
condições adequadas de trabalho, matrizes curriculares nacionais e
matrizes nacionais de legislação como código de ética e estatuto, dentre
outros assuntos. Além de participarmos e construirmos, junto com a
Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal, da elaboração das
Diretrizes Nacionais de Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais de
Segurança.
Todo esse histórico, preocupa setores da sociedade que defendem a
arbitrariedade, a imposição e a ditadura, ou seja, o retrocesso
antidemocrático de exceção e de cerceamento dos direitos e garantias
conquistadas por muitos que hoje estão no poder.
A minha prisão e a de outros companheiros policiais e bombeiros
militares tem se demonstrado uma postura de retaliação, insanidade e
insensatez. Uma tentativa de esconder uma realidade que assola o país
desde 1997, época em que se iniciaram as primeiras greves da Polícia
Militar pela reivindicação de um Plano de Valorização dos Profissionais
de Segurança e a, consequente, modernização e eficácia do serviço de
Segurança Pública. Passados 15 anos de lutas, mobilizações e greves por
todo o país ainda não se tem resposta para essa realidade, pelo
contrário, os gestores brincam e não encaram os problemas da Segurança
Pública. Um exemplo emergente é a epidemia do uso de crack que se
espalha pelo Brasil e que tem atingindo inclusive policiais e suas
famílias. Precisamos de respostas. Não aceitaremos e nem nos calaremos
mesmo nos calabouços, masmorras e prisões dessa falsa democracia.
Em 2007, fui excluído da Polícia Militar por essa luta e depois
reintegrado. Em 2009, tive prisão decretada em Roraima, por participar
das negociações naquele estado, e agora cumpro prisão preventiva no
BOPE/RN em nome da defesa de nossos direitos, da construção de nossa
cidadania, dignidade e valorização profissional. Tenho certeza que minha
luta não será em vão e que todas as perseguições e retaliações, que
sofremos por defender nossa categoria, terão resposta no momento certo,
pois já sabemos nos impor e nos fazer respeitar.
Somos homens e mulheres de coragem. Enfrentamos a criminalidade,
defendemos o direito e a vida da sociedade e com essa mesma coragem e
determinação aprendemos a defender nossos direitos. Não me arrependo de
lutar por essa classe sofrida e sem o devido reconhecimento de sua
dedicação. Enquanto cada um dorme, patrulhamos e, às vezes, arriscamos
nossa vida para defender a sua. Mesmo sem estrutura e condições de
trabalho, superamos as dificuldades para desempenhar nossa missão.
Somos submetidos, pelo poder público, a uma carga horária excessiva, sem
direito a hora extra ou a direitos constitucionais de insalubridade,
periculosidade e trabalho noturno. Não temos assistência médica
adequada, nem tratamento pós-traumático, nem acompanhamento psíquico,
nem social, não temos valorização profissional, nem plano de carreira na
vida policial e ainda somos submetidos a um regime antidemocrático e
ditatorial que nos impõe o silêncio, que nos rouba o direito de
liberdade de expressão, da atividade sindical e política.
Lutamos simplesmente para sermos tratados como qualquer cidadão
brasileiro, mas somos tratados como bandidos e proibidos de reivindicar
nossos direitos, com risco de prisão e exclusão, sem um devido processo
legal como desmanda a constituição. A sociedade tem estado ao nosso lado
nessa luta e tem demonstrado apoio e afirmado que deseja mudanças no
formato de Segurança Pública. Tenho absoluta certeza que a sociedade não
vai aceitar o tratamento que temos recebido e a postura do poder
público de tentar criminalizar nossas lutas e de desqualificar nossas
lideranças.
Agradeço a minha família que tem superado a ausência e
apoiado nossa luta. A minha esposa, que está grávida, que só me faz
pensar no dia em que sairei dessa prisão para cuidar dela e de minha
filha. Minha luta é para que ela venha ao mundo e se orgulhe de ter um
pai que defendeu seus princípios e ideais e lutou para que tenhamos
verdadeiramente uma sociedade democrática, justa e livre.
Agradeço aos meus amigos que demostram diariamente solidariedade e
carinho nesse momento de dor e sofrimento. Agradeço a todos os
sindicatos e organizações comunitárias, movimentos sociais e partidos
políticos que demostraram apoio e solidariedade. Agradeço a todos os
pastores e irmãos em Cristo que tem orado e intercedido junto ao Pai por
nossa causa. Agradeço aos funcionários e diretores da ACS PM/RN que tem
demostrado coragem e desprendimento em defender essa bandeira da
democratização da instituição que tanto amamos. E em especial agradeço a
cada policial e bombeiro que acredita na luta e que mesmo com todas as
retaliações e dificuldades para garantir a segurança da sociedade tem
demostrado sua dedicação e amor à profissão.
Tenham certeza que estarei sempre à frente da luta por dignidade,
respeito e democratização e em nenhum momento vacilarei nessa defesa.
Não me arrependo de defender essa categoria e o farei quantas vezes
sejam necessárias. Acredito que os homens e mulheres policiais e
bombeiros do Rio Grande do Norte estarão firmes na defesa e construção
de uma polícia mais justa e cidadã, que respeite e defenda os direitos
humanos da sociedade e de seus trabalhadores. Pois não é crime lutar e
sonhar por dias melhores e por uma sociedade melhor para todos. É dessa
forma que alcançaremos respeito e valorização!
Carta do Cabo Jeoás: Minha prisão demonstra uma postura de retaliação, insanidade e insensatez.
Acredito que Deus está no controle de todas as coisas e que tudo coopera
para o bem daqueles que o adoram em espírito e em verdade. Agradeço a
Deus e a nosso Senhor Jesus Cristo pela alegria e paz que habitam em nós
e que tem sido a nossa força.
Estou tranquilo e confiante, mas ninguém tem ideia das angústias e das
tribulações que tenho enfrentado corajosamente e, às vezes, de forma
solitária diante de uma prisão injusta, ilegal e sem nenhuma prova que
me incrimine. Meu direito de defesa está sendo cerceado, pois meus
advogados não estão tendo acesso ao processo, impossibilitando, assim,
minha defesa.
Não tenho a intenção de partidarizar essa retaliação, mas tenho a
obrigação de politizar esse debate. Temos, de forma competente e
comprometida, conscientizado e mobilizado a nossa categoria a nível
nacional na luta pela desmilitarização. Questão que tem ganhado força e
apoio da sociedade civil organizada.
Participamos de negociações importantes como mediadores nos conflitos
entre a categoria e governos estaduais e assim conquistamos vitórias
como: a valorização salarial, a reforma nas legislações, o respeito e a
ascensão social, intelectual e financeira. Em alguns estados
conseguimos: a definição de carga horária, planos de carreira, ingresso
com nível superior, aposentadoria aos 25 anos, paridade de direitos e
deveres entre oficiais e praças e entre ativos e inativos e ao término
de 2012 a média salarial nacional do policial militar será maior que R$
2.000.
Em âmbito nacional participamos de debates e articulações estratégicas
como a defesa da desmilitarização na 1º Conferência Nacional de
Segurança Pública. Tema, que por sinal, foi o mais votado nos debates
municipais e estaduais da conferência. Compomos o Conselho Nacional de
Segurança Pública, no qual, já encaminhamos temas como: fim da prisão
administrativa, financiamento da Segurança Pública, estrutura e
condições adequadas de trabalho, matrizes curriculares nacionais e
matrizes nacionais de legislação como código de ética e estatuto, dentre
outros assuntos. Além de participarmos e construirmos, junto com a
Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal, da elaboração das
Diretrizes Nacionais de Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais de
Segurança.
Todo esse histórico, preocupa setores da sociedade que defendem a
arbitrariedade, a imposição e a ditadura, ou seja, o retrocesso
antidemocrático de exceção e de cerceamento dos direitos e garantias
conquistadas por muitos que hoje estão no poder.
A minha prisão e a de outros companheiros policiais e bombeiros
militares tem se demonstrado uma postura de retaliação, insanidade e
insensatez. Uma tentativa de esconder uma realidade que assola o país
desde 1997, época em que se iniciaram as primeiras greves da Polícia
Militar pela reivindicação de um Plano de Valorização dos Profissionais
de Segurança e a, consequente, modernização e eficácia do serviço de
Segurança Pública. Passados 15 anos de lutas, mobilizações e greves por
todo o país ainda não se tem resposta para essa realidade, pelo
contrário, os gestores brincam e não encaram os problemas da Segurança
Pública. Um exemplo emergente é a epidemia do uso de crack que se
espalha pelo Brasil e que tem atingindo inclusive policiais e suas
famílias. Precisamos de respostas. Não aceitaremos e nem nos calaremos
mesmo nos calabouços, masmorras e prisões dessa falsa democracia.
Em 2007, fui excluído da Polícia Militar por essa luta e depois
reintegrado. Em 2009, tive prisão decretada em Roraima, por participar
das negociações naquele estado, e agora cumpro prisão preventiva no
BOPE/RN em nome da defesa de nossos direitos, da construção de nossa
cidadania, dignidade e valorização profissional. Tenho certeza que minha
luta não será em vão e que todas as perseguições e retaliações, que
sofremos por defender nossa categoria, terão resposta no momento certo,
pois já sabemos nos impor e nos fazer respeitar.
Somos homens e mulheres de coragem. Enfrentamos a criminalidade,
defendemos o direito e a vida da sociedade e com essa mesma coragem e
determinação aprendemos a defender nossos direitos. Não me arrependo de
lutar por essa classe sofrida e sem o devido reconhecimento de sua
dedicação. Enquanto cada um dorme, patrulhamos e, às vezes, arriscamos
nossa vida para defender a sua. Mesmo sem estrutura e condições de
trabalho, superamos as dificuldades para desempenhar nossa missão.
Somos submetidos, pelo poder público, a uma carga horária excessiva, sem
direito a hora extra ou a direitos constitucionais de insalubridade,
periculosidade e trabalho noturno. Não temos assistência médica
adequada, nem tratamento pós-traumático, nem acompanhamento psíquico,
nem social, não temos valorização profissional, nem plano de carreira na
vida policial e ainda somos submetidos a um regime antidemocrático e
ditatorial que nos impõe o silêncio, que nos rouba o direito de
liberdade de expressão, da atividade sindical e política.
Lutamos simplesmente para sermos tratados como qualquer cidadão
brasileiro, mas somos tratados como bandidos e proibidos de reivindicar
nossos direitos, com risco de prisão e exclusão, sem um devido processo
legal como desmanda a constituição. A sociedade tem estado ao nosso lado
nessa luta e tem demonstrado apoio e afirmado que deseja mudanças no
formato de Segurança Pública. Tenho absoluta certeza que a sociedade não
vai aceitar o tratamento que temos recebido e a postura do poder
público de tentar criminalizar nossas lutas e de desqualificar nossas
lideranças.
Agradeço a minha família que tem superado a ausência e
apoiado nossa luta. A minha esposa, que está grávida, que só me faz
pensar no dia em que sairei dessa prisão para cuidar dela e de minha
filha. Minha luta é para que ela venha ao mundo e se orgulhe de ter um
pai que defendeu seus princípios e ideais e lutou para que tenhamos
verdadeiramente uma sociedade democrática, justa e livre.
Agradeço aos meus amigos que demostram diariamente solidariedade e
carinho nesse momento de dor e sofrimento. Agradeço a todos os
sindicatos e organizações comunitárias, movimentos sociais e partidos
políticos que demostraram apoio e solidariedade. Agradeço a todos os
pastores e irmãos em Cristo que tem orado e intercedido junto ao Pai por
nossa causa. Agradeço aos funcionários e diretores da ACS PM/RN que tem
demostrado coragem e desprendimento em defender essa bandeira da
democratização da instituição que tanto amamos. E em especial agradeço a
cada policial e bombeiro que acredita na luta e que mesmo com todas as
retaliações e dificuldades para garantir a segurança da sociedade tem
demostrado sua dedicação e amor à profissão.
Tenham certeza que estarei sempre à frente da luta por dignidade,
respeito e democratização e em nenhum momento vacilarei nessa defesa.
Não me arrependo de defender essa categoria e o farei quantas vezes
sejam necessárias. Acredito que os homens e mulheres policiais e
bombeiros do Rio Grande do Norte estarão firmes na defesa e construção
de uma polícia mais justa e cidadã, que respeite e defenda os direitos
humanos da sociedade e de seus trabalhadores. Pois não é crime lutar e
sonhar por dias melhores e por uma sociedade melhor para todos. É dessa
forma que alcançaremos respeito e valorização!
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