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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Maternidade em Natal está com UTI superlotada e bebês são prejudicados


O caos da saúde pública do estado também atinge os recém-nascidos. Na maternidade Januário Cicco a capacidade é para dez bebês, mas na tarde de ontem a UTI estava com 18 internos. A superlotação causa situações como a de dois bebês gêmeos, que nasceram prematuros na Januário Cicco e foram direto para a UTI. Por falta de vagas, tiveram que ser separados: um foi transferido para o Hospital Santa Catarina e o outro permaneceu na maternidade. A superlotação aumenta o risco de morte e de infecção hospitalar e prejudica o atendimento, já que os médicos ficam sobrecarregados.

Segundo funcionários que pediram para não ser identificados, a UTI estava com 15 recém-nascidos na segunda-feira e na terça o número subiu para 18. Pelo menos três bebês foram transferidos para outros hospitais como o Santa Cataria e o Hospital Pediátrico. A superlotação tem causado falta de material e de medicamentos. "Oficialmente, temos 10 leitos na UTI, mas conseguimos atender até 13 sem grandesproblemas, mas 18 é uma demanda muito grande, fica complicado para os médicos, para os enfermeiros e principalmente para os bebês que não vão ter o atendimento devido. Faltam leitos em todo o estado, nós não podemos deixar um bebê morrer, a gente 'imprensa' aqui e dá um jeitinho", disse um funcionário.

O diretor da Januário, Kleber Morais, disse conhecer a situação e irá se reunir com a equipe médica para saber quais os fatos que desencadearam-na, se é circunstancial ou se pode continuar acontecendo, para então tomar as providências. "Nós temos um planejamento para atender 10 bebês, a partir do momento que esse número sobe para 18 é natural que o atendimento seja prejudicado. A situação é preocupante, nós estamos fazendo o máximo para atender a todos, mas também temos um limite, e estamos trabalhando muito acima desse limite. Mas o problema vai além do simples desejo de resolver, depende de medidas maiores, de decisões de gestores públicos estaduais e municipais", disse Dr. Kléber Morais.

Por Fernanda Zauli, da redação do DIARIODENATAL

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